Alfabetização aliada à tecnologia e o impacto no ensino híbrido

Houve uma época em que lápis e papel eram os únicos objetos disponíveis para se escrever, tanto na escola como fora dela. Ao longo dos anos, primeiro foram as máquinas de datilografar, depois os computadores, que ocuparam não só a sala de aula, mas os diversos ambientes sociais. 

A presença da tecnologia não é garantia de aprendizagem. Mas, especialmente nos últimos dois anos, esses aparelhos tecnológicos fizeram toda a diferença na continuidade do ensino. 

Partindo dessa perspectiva, vamos abordar a relação entre alfabetização, tecnologia e ensino híbrido, trazendo o olhar de quem vivencia essa mudança diariamente: os professores. 

A tecnologia e a alfabetização sempre andaram juntas, através de brincadeiras, jogos e músicas. Karina da Silva Santos, pedagoga, pós-graduada em Psicopedagogia, Alfabetização e Letramento, fala sobre a conexão da tecnologia com a educação. “Quando falamos de tecnologia estamos falando de todas essas evoluções. Nos últimos dois anos, a tecnologia esteve presente como a grande protagonista da história da educação e foi utilizada como fonte principal de ensino. Foi necessário adaptar o ensino, voltando-o para os recursos tecnológicos e a utilização da tecnologia. As aulas foram adaptadas diretamente por aplicativos, aparelhos, e internet. Com isso, podemos dizer que a alfabetização é totalmente influenciada pela tecnologia”, completa. 

Com todas essas mudanças, o ensino híbrido se tornou uma realidade, ao possibilitar a interatividade nos ambientes virtuais de aprendizagem, enriquecendo as aulas remotas e incentivando o relacionamento interpessoal. Karina ressalta, contudo, a dificuldade do novo modelo utilizado pelas escolas, “essa experiência chega a ser mais difícil do que gravar os vídeos. Pois o professor ministra aula ao mesmo tempo para os alunos da escola e de casa, acho terrível, estressante, angustiante e cansativo. Tínhamos que fazer com que os alunos de casa participassem ativamente como os da escola e esse foi um dos maiores desafios. Conciliar essas duas realidades, casa e escola no mesmo momento, tem deixado muitos alunos prejudicados, inclusive alunos dos anos iniciais. Não acredito que o ensino híbrido seja positivo para alunos de séries iniciais”, afirma. 

Para Eliane Maria J. Vieira, coordenadora pedagógica na área da Educação Infantil, as tecnologias da informação são aliadas às boas práticas pedagógicas e possibilitam uma nova forma de interação social. Segundo ela, a tecnologia “contribui efetivamente no processo de alfabetização dos educandos, [é] a partir desta interação que os educandos desenvolvem a comunicação e estabelecem a criação de redes de relações”. 

O ensino híbrido é uma metodologia que combina a aprendizagem presencial e remota, permitindo que o aluno estude sozinho, on-line ou em sala de aula, interagindo com os colegas e com o professor. No entanto, os desafios são muitos. Eliane acredita nessa combinação, desde que andem juntos. “Embora a tecnologia seja uma excelente ferramenta de aprendizagem, sozinha ela não é eficiente, por isso a necessidade de combinar os ensinos virtual e presencial, ministrados pelo professor em sala de aula”, afirma. 

Entenda a Data 

O Dia Nacional da Alfabetização é comemorado em 14 de novembro.  Esse dia foi escolhido pelo Governo Federal para discutir um grave problema nacional: o analfabetismo. A alfabetização é uma das competências que permitem ao indivíduo um maior desenvolvimento intelectual e moral. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, o analfabetismo vem diminuindo consideravelmente nos últimos quinze anos, embora ainda precise ser feito muito para que esse problema seja completamente erradicado. De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto, 13 milhões de brasileiros ainda não conseguem ler ou escrever, número que preocupa e indica a urgente necessidade de melhorias no ensino público do país.

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