“Da Minha Casa, Para Sua Casa” Valdirene Aparecida

No último semestre  nosso processo de autoconhecimento foi intensificado. Percebemos muitas emoções e sentimentos, que em outra momento não seria identificado. Uma relação com quem somos e porque somos foi estabelecida e tivemos a oportunidade de visitar nossa história e ressignificar. A campanha Da Minha Casa Para Sua Casa quer dividir esse processo de mudanças e autoconhecimento com vocês, essa semana vamos conhecer a história da professora Valdirene. 

Valdirene Aparecida Ribas, tem 50 anos e uma filha de 24 anos. Professora nos municípios de Apucarana e Arapongas. Hoje, trabalhando em casa, fala sobre a difícil rotina que teve em sua vida com as adaptações e mudanças. “No início, fizemos módulos para 15 dias, porque ninguém sabia de nada, foi um período de incertezas, não imaginávamos que iria durar tanto tempo” ela conta sobre a criação de grupos com pais, alunos e a equipe diretiva, que auxiliou muito neste período. Valdirene viu uma ideia na internet e resolveu colocar em prática, criou um vídeo com fotos dos alunos, demonstrando seu carinho e principalmente sua fé e esperança, enfatizando que tudo ia ficar bem. Na escola de Apucarana foi feito um vídeo com toda equipe escolar “além da proximidade, o mais importante foi tentar transmitir aos alunos a nossa saudade e confiança de que dias melhores estavam por vir, conta.

Valdirene conta como funcionou a nova rotina “as atividades eram preparadas em casa e enviadas por e-mail, a escola imprimia, montamos os cadernos ou módulos e os pais retiravam na própria instituição. Em Arapongas, hoje, as aulas são ministradas via whatsapp, com explicações por áudios e vídeos explicativos, que complementam os conteúdos. Os alunos fazem as atividades e enviam fotos, essas atividades são corrigidas no mesmo instante. Respeitamos o período de aula, como se estivéssemos na escola” afirma.  Já em Apucarana, ela enfrentou grandes desafios, quando implantaram o ensino remoto “foi muito complicado e estressante. Tivemos que aprender de um dia para o outro, confesso que chorei muito, achando que não iria dar conta”. Valdirene afirma que se sentia sozinha, pois essa ferramenta era algo novo para a grande maioria dos professores “foram muitas cobranças e o prazo curto para cada atividade, ocupava todo seu tempo, até mesmo nos finais de semana” completa. Valdirene nunca teve problemas em falar em sala de aula, mas quando o assunto foi gravar as aulas, sair da zona de conforto, ela destaca como um desafio enorme, mas venceu.

    “Eu fui e venci”.

 

Com o passar do tempo, a professora conseguiu organizar melhor a sua rotina e otimizar seu tempo, pois a sensação que ela tinha é que trabalhava 24 horas por dia, já que muitos pais trabalham durante o dia, e enviavam mensagens e fotos de atividades no celular a qualquer hora, inclusive aos finais de semana. Com o tempo, ela entendeu o lado de cada um e fez o possível para ajudar seus alunos, porém percebeu que precisa cuidar de si mesma.  Valdirene conta que antes sua vida se resumia em estar na frente do computador e com o celular. Hoje, prioriza sua saúde “escolho fazer caminhada pela manhã, mesmo que com meu celular, e respondendo os alunos. Procuro estar com a família pelo menos nos finais de semana, o que é muito positivo” afirma.

Hoje, ela atende 11 alunos em Arapongas e 29, em Apucarana e fala com muito carinho de cada um e muito feliz por ter conquistado o respeito deles, inclusive dos pais, que tem um relacionamento muito bom. Valdirene é procurada por algumas mães, sempre que os alunos se recusam a fazer as atividades, Valdirene passa áudio incentivando-os a continuarem como eram na sala de aula, e esse contato tem ajudado muito.  Ela ressalta o quanto é necessário a relação com as famílias, “um ajudando o outro, as coisas tendem a melhorar” finaliza.  

A professora intercala sua vida entre as aulas de manhã, as correções das atividades na plataforma no período da tarde, com momentos de lazer “Consegui terminar a série Grey’s Anatomy, e aproveito para assistir meus filmes preferidos. Como as igrejas voltaram com os cultos presenciais, faço o possível para frequentar 2 vezes por semana. Sou grata a Deus por sua misericórdia e bondade, afinal tenho um emprego, que amo. Enfim, Ele tem sido fiel” completa.  

 

“Percebi que nós, professores, somos mais fortes do que podíamos imaginar. Hoje, muitos pais perceberam o quanto somos necessários, o que nos motiva a continuar fazendo o sempre o melhor a cada dia. Honrando a Deus acima de tudo”.

 

Valdirene Aparecida

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