Ainda que mergulhados nas urgências que nos trouxe a pandemia do novo coronavírus, assuntos ligados, em especial da área social, que foram postos temporariamente de lado, merecem nossa atenção especial. Um deles é o envelhecimento acelerado da população brasileira. Os idosos brasileiros representavam 2,6 milhões da população geral em 1950; foram para 21,8 milhões em 2018; devem terminar este ano em 29,9 milhões; e, por fim, alcançar 72,4 milhões em 2100, segundo dados divulgados pela Divisão de População da Organização das Nações Unidas. Trata-se de um crescimento exponencial que demanda políticas públicas focalizadas por parte do Governo e conhecimento apurado da sociedade, para que nossas idosas e idosos sejam respeitados e tenham seus direitos garantidos. Nesse contexto, é fundamental termos à mão ferramentas que nos possibilitem difundir valiosas informações e conhecimento.

A pandemia do novo coronavírus jogou luz a uma série de problemas sociais e econômicos que já detinham nosso conhecimento há muito tempo. Eles foram agudizados e as populações vulneráveis tiveram suas condições ainda mais precarizadas. Um boa porção da população idosa vive com menor renda e sob precárias condições de habitabilidade, exposta a uma doença que lhe atinge de forma agravada e viu-se sem amparo médico adequado, orientações de isolamentos e cuidados especiais por parte das famílias e, muitas vezes, em abrigos que não respeitavam um protocolo mínimo de segurança e saúde. Além disso, não menos lamentável, assistirmos a comentários nas redes sociais, logo no início da pandemia, minimizando a doença por “só mata os idosos”. Esses são sinais claros de um sintoma já por nós conhecido: há um desconhecimento da agenda da pessoa idosa no Brasil tanto no Governo, quanto na sociedade e esse tema deve ser tratado com urgência, tão logo, se tudo correr bem, todos ampliaremos as fileiras desse grupo populacional.

Assim como a Educação é luz para o desenvolvimento de qualquer nação, a difusão de conhecimento técnico e qualificado é a saída para essa obscuridade que foi ressaltada durante a pandemia com relação à população idosa. Materiais como a Coletânea “Trilhas da Longevidade” que está sendo lançada pela Inteligência Educacional nos trazem esperança de que informações técnicas relevantes, mas palatáveis à leitura do “não tecnicista” da longevidade encontrem eco nos governos das diferentes instâncias, nas instituições de longa permanência, centros dia, nas famílias e comunidades onde estão inseridas as pessoas idosas. São três cadernos que trazem um rico conjunto de informações, orientações, pesquisas e assistência legislativa e normativa para três grupos diferentes, mas interligados: 1) a pessoa idosa; 2) sua família; 3) o profissional cuidador. Conteúdo de profundo interesse público posto de forma tão didática é fundamental para enfrentarmos o cenário atual e o que nos aguarda, não só após a pandemia, mas enquanto demandas de uma nova configuração demográfica brasileira.

Confira agora os resumos dos três encontros do webinário da série Trilhas da Longevidade 

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