Da Minha Casa Para Sua Casa “Luciano Rodrigo”

Durante o segundo semestre de 2020, a Inteligência Educacional lançou a campanha “Da Minha Casa Para Sua Casa”, com o objetivo de homenagear, agradecer e ressaltar o trabalho dos professores neste ano. Claro! Que conhecer também um pouquinho da história era o intuito da campanha, que  nos levou para dentro da casa de cada um e nos colocou mais perto da rotina, realidade e mudanças ocorridas com eles. Foi muito gostoso conhecer essas histórias e os rostinhos dos nossos heróis de 2020. Chegamos ao final desta campanha e queremos agradecer a confiança e a participação de todos. Para fechar com chave de ouro hoje vamos para o município de Viamão contar a história de mais um guerreiro dessa caminhada. 

Luciano Rodrigo da Silva, tem 44 anos, é casado e tem um filho de 7 anos. Atualmente mora no município de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, RS, mas nasceu  em Giruá, na Região da Missões, no noroeste do Rio Grande do Sul. Mudou para Porto Alegre com 15 anos em busca de melhores empregos, ele fala sobre esse período, “trabalhava durante o dia e estudava durante a noite. Minha relação com a Educação começou quase que ao acaso. Ao concluir o Ensino Médio, prestei dois vestibulares para o curso de Direito na UFRGS, não obtendo aprovação. Então uma amiga, que cursava História, me sugeriu que prestasse vestibular para essa área na Faculdade na qual ela estudava (FAPA) pois, se assim desejasse, poderia fazer o aproveitamento de créditos no curso de Direito. E foi o que fiz. Prestei vestibular para o curso de História, fui aprovado, iniciei o curso, gostei e, nunca mais saí” afirma. 

Formado desde 2002, em 2003 Luciano passou em um concurso público da Rede Municipal em Viamão, onde atua até hoje. Para todos os professores esse ano foi um ano atípico e ele fala sobre sua visão da nova realidade. “O ano de 2020 trouxe com ele a pandemia da COVID-19 e a necessidade de adaptação a essa nova realidade. No início foi bastante difícil a adaptação, inclusive sob o aspecto biológico. O horário do sono, por exemplo, passou a ser diferente daquele que costumava ser, por conta da rotina diária, pouco a pouco ele foi se adaptando à nova rotina e se reorganizando”, destaca. 

Luciano relata como utilizou a gestão de tempo. “Em um curto espaço de tempo realizei cursos de formação, principalmente para me adaptar à essa nova realidade que se apresentava. Imaginava que, em poucos dias, haveria a necessidade de aulas remotas e, para tanto, precisaria conhecer mais das ferramentas disponíveis para essa finalidade. Aproveitei, então, os cursos gratuitos oferecidos por instituições como IFRS e UERGS”. 

O isolamento social proporcionou para ele qualificação profissional, como também conhecer novas possibilidades pedagógicas para esse momento, que de acordo com Luciano serão levadas para as aulas, após o retorno presencial. Outro ponto positivo deste momento, foi a qualidade de tempo com a família, que ele relata com carinho “Outro fato importante foi o maior tempo com minha família. Em um ano que transcorreu dentro da “normalidade”, eu e minha esposa saímos para trabalhar por volta de 07 horas da manhã e retornamos próximo das 18 horas. Ficávamos distante de nosso filho o dia todo. Apesar das dificuldades impostas pelo isolamento, a possibilidade de acompanhar o crescimento (físico e pedagógico) do Gael é algo muito bom”. Moramos em um lugar bastante tranquilo do ponto de vista da circulação de pessoas, com muita natureza. Esse aspecto nos possibilitou um convívio e “brincadeiras” que ficariam difíceis caso precisássemos nos deslocar diariamente para o trabalho e escola. Pude andar de bicicleta, caminhar e brincar com meu filho”, completa. 

“Gosto muito de cozinhar e, estando em casa, houve a possibilidade de preparar alguns pratos que, em condições normais, pela “falta de tempo” seria mais cômodo, pegar no Supermercado. Fiz alguns pães deliciosos (o que contribuiu para o aumento do peso)”

Além dos cursos para a qualificação profissional e o tempo maior com a família, Luciano destaca outros pontos positivos para ele. “Esse “novo normal” trouxe, também, a possibilidade de cultivar algumas hortaliças em minha horta que estava um pouco “abandonada”, isso sem contar as pequenas arrumações que a casa estava necessitando há algum tempo. Colocar a leitura em dia foi outro ponto positivo do isolamento social.  Haviam Livros comprados e parados na estante  e foram lidos, isso tudo, sem contar o chimarrão como acompanhamento das atividades diária” destaca. 

Para finalizar Luciano deixa um recado muito especial para os demais colegas professores. “Diante desse cenário de incertezas que nos cerca, quero dizer aos meus colegas educadores que se mantenham fortes e serenos. Sabemos que a humanidade já viveu situações parecidas em momentos históricos com menos possibilidades científicas de superação (Gripe Espanhola, por exemplo). Ao que tudo indica, a vacina está próxima e vamos, novamente, apresentar aos nossos alunos as possibilidades que a vida nos oferece” afirma. 

“Enquanto esse momento não chega, sigamos, mesmo a distância, fazendo aquilo que só nós sabemos, sem nos preocupar tanto com conteúdos e muito mais em mostrar para nossos alunos que estamos aqui para auxiliá-los. Sigamos nos cuidando para ficarmos bem” 

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