A pandemia do novo coronavírus coloca a humanidade diante de incontáveis desafios. Nos diversos setores do desenvolvimento humano, cada um levando em conta suas particularidades, buscando se reinventar diante aos desafios que são apresentados neste período. Em momentos de crise é comum a propagação de senso-comuns que buscam saídas extremamentes simples para problemas complexos. Nós, professores pesquisadores, sabemos que a educação é o lugar da complexidade. Não há soluções simples, fórmulas mágicas quando o assunto é a comunidade escolar e a relação entre todas elas.
O sociólogo francês Edgar Morin é conhecido como o arquiteto da complexidade, no lugar da especialização, da simplificação e da fragmentação dos saberes, Morin propõe o conceito de complexidade. Essa fundamentação se assenta em campos do saber que vão desde as ciências exatas e naturais, assim como epistemologias da informação, dos sistemas, cognitiva, cibernética entres outras. Para Morin a incerteza e os contraditos são parte da aventura da humanização no planeta Terra, essas dimensões fazem parte da nossa condição humana, e só superarem-nas por meio da solidariedade e de uma ética humanística que possibilite uma (re) ligação dos seres e dos saberes.
A escola é, sem dúvida o lugar do complexo; envolvendo múltiplos sujeitos sociais. A instituição escolar e a educação sempre conviveram com as chamadas crises, então podemos afirmar que, o que vivenciamos hoje, em tempos de pandemia, não é algo essencialmente novo para nós professores. O grande desafio colocado nesse momento é a necessidade do isolamento social. E é preciso ressaltar que, mesmo em tempos de profundo desenvolvimento tecnológico, nada, absolutamente nada, substitui o professor, e mais do que isso, na dimensão educacional, nada substitui o contato, a proximidade e a interação que a escola proporciona.
Mudança! Essa palavra faz parte da escola e da educação. Adaptações fazem parte da nossa condição humana, e especialmente, da nossa condição de professor. Hoje, inúmeros professores estão se adaptando às mudanças impostas pela pandemia da Covid-19. O que podemos afirmar, sem “profecismos”, é que a pandemia vai passar. Mas as, mudanças e as transformações não. Inúmeros professores cientistas estão trabalhando em soluções biológicas e humanas para superar esta crise. Venceremos, outras virão, mas a forma como aprenderemos com esta, determinará como a sociedade vai se comportar no pós-pandemia. Oxalá! que possamos aprender a fazer do mundo um lugar mais humano, solidário e colaborativo. A pandemia passará mas a escola, a educação e as relações construídas por estas, ficarão.