Núbia Helena Modesto Rodrigues
Espª: Psicologia dos processos educativos-UFG
Não há uma idade para darmos inicio ao incentivo a leitura, por isso, a convivência com livros na primeira infância coloca os bebês ainda que na barriga em contato com esferas da leitura oral, proporcionando a criança desenvolvimentos futuros ao perceberem desde cedo que na fala existem diferentes ritmos, entonações, sons e emoções.
Como a voz suave de uma mãe cantando, o pai ao narrar uma história de herois para o filho antes de dormir. Dá-se os primeiros passar para a alfabetização da criança, construído em um ambiente familiar e de afeto.
Como pedagoga acredito que, a formação mais curta para um futuro leitor estar no hábito de estimulá-los a ter contato com livros e a leitura na mais tenra idade estabelecendo uma relação direta com a grafia escrita. Pois conforme crescem, irão eles mesmos se tornarem os próprios contadores de histórias ao recontarem tudo que leu, em cada página lida é uma nova descoberta na grande aventura que a leitura proporciona, provocando um elo entre o bebê e o mundo ao seu redor.
Para Vygotsky, a interação (principalmente a realizada entre indivíduos face a face) tem uma função central no processo de internalização. No livro A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores, afirma que “o caminho do objeto até a criança e desta até o objeto passa por outra pessoa”. Por isso, o conceito de aprendizagem mediada confere um papel privilegiado a aqueles que são os primeiros contatos sociais dos pequenos, os pais. Por isso, a exploração da leitura na primeira infância ajudará no desenvolvimento de potencialidades e na formação de um adulto crítico, um sujeito ativo e responsável por compreender o seu contexto, capaz de transformá-lo conforme sua necessidade.
Segundo Coelho (2002), a leitura, no sentido de compreensão de mundo é condição básica do ser humano.
Sob um olhar pedagógico, por meio de estudos sobre a formação do sujeito e os processos educativos acredito que desde cedo, os bebês recebem vários estímulos cognitivos e psicológicos, e o contato com a leitura o provocará novos avanços em seu desenvolvimento, como por exemplo: a leitura em voz alta beneficiará a atenção seletiva, o desligando de outras fontes de estímulos, como também, a noção de tempo e espaço. Vale ressaltar que, o envolvimento dos pais no incentivo a leitura é de essencial importância, pois potencializará a proximidade da criança com os livros, lembrando que, tudo com muita ludicidade, a interação durante a contação de histórias, ler em voz alta, olhar olho no olho, são dicas simples, mas capazes de influenciar significativamente no desenvolvimento intelectual da criança.
Como sugestão, indico para que, nessa idade explore os contos clássicos, pois são atemporais e podem ser recontados muitas vezes para os bebês e eles até gostam, são carregadas de emoções que podem ser ensinadas e desenvolvidas nos pequenos, ainda que, na primeira infância a escrita não tenha tanta relevância e sim as imagens e formas, trazer maiores entonações e expressões faciais de quem lê, auxiliam a descoberta do gosto pela leitura nos pequenos.
Referência:
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: ed. Moderna, 2000.
VYGOTSKY. Lev.. A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores. 224 págs. Ed. Martins Fontes.