CECÍLIA MEIRELES (Rio de Janeiro, 1901)
Primeira mulher reconhecida como grande escritora da literatura brasileira, publicou mais de 50 obras. Além de poeta, foi ensaísta, jornalista, tradutora, folclorista, pintora e professora. Em 1934, criou a primeira biblioteca infantil do país. Escreveu um clássico do nosso patrimônio literário: Romanceiro da Inconfidência (1953), poema lírico e épico que conta a história de Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira. Outro clássico da escritora é Ou isto ou aquilo (1964), obra da literatura infantil que vem conquistando gerações.
RACHEL DE QUEIROZ (Fortaleza, 1910)
Ainda muito jovem, consagrou-se como romancista com O quinze (1930), expondo de modo profundamente realista a luta do povo contra a miséria e a seca. Considerada sua obra-prima, Memorial de Maria Moura (1992), fala da saga de uma personagem forte e sertaneja. Jornalista e tradutora, escreveu peças de teatro e muitas crônicas. No campo da literatura infantil, produziu O menino mágico (1969). Foi a primeira mulher a integrar a Academia Brasileira de Letras e a vencer o Prêmio Camões.
CLARICE LISPECTOR (Ucrânia, 1920)
Chegou com a família a Maceió no ano de 1922 e sempre se declarou brasileira. Escritora, tradutora e jornalista, já no seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem (1943), teve a singularidade de sua escrita reconhecida pela crítica. É autora dos aclamados A paixão segundo G.H. (1964) e A hora da estrela (1977). Firmou-se como contista graças a títulos como Laços de família (1960). Escreveu livros para o público infanto-juvenil, como O mistério do coelho pensante (1967), e muitas crônicas. Amplamente traduzida e estudada, é reconhecida tanto quanto autores internacionais.
LYGIA FAGUNDES TELLES (São Paulo, 1923)
Prosadora celebrada por romances e contos, exerceu seu talento com perfeição como contista. Datava o início de sua carreira com o romance Ciranda de pedra (1954), marco da ficção nacional. O sucesso literário no exterior aconteceu a partir dos premiados Antes do baile verde (1970), reunião de contos que demonstra sua grande capacidade de emocionar o leitor, e As meninas (1973), romance que capta como poucos o espírito da época da ditadura militar.
CONCEIÇÃO EVARISTO (Belo Horizonte, 1946)
Uma das maiores personalidades da literatura contemporânea nacional, é professora, doutora em literatura comparada, romancista, contista e poeta. Sua matéria-prima literária é a vivência das mulheres negras a partir das desigualdades raciais do país. Venceu o Prêmio Jabuti com Olhos D’água (2014), contos que retratam a população afro-brasileira, seus vínculos e dilemas. Em 2019, teve três livros aprovados no PNLD Literário: a coletânea citada e os romances Ponciá Vicêncio (2003) e Becos da memória (2006).