Como a pandemia de covid-19 tem sido enfrentada na Argentina, Espanha, México, Uruguai e Portugal.

O primeiro webinário, realizado no dia 9 de julho, abordou como a pandemia de covid-19 tem sido enfrentada na Argentina, Espanha, México, Uruguai e Portugal. A primeira debatedora foi a ex-IMSERSO e Fundación Matia, a gerontóloga Mayte Sancho, que trouxe o panorama da experiência espanhola. Em sua exposição, ela disse que a maioria das pessoas que morreram na Espanha são maiores de 80 anos. Mayte destacou a entrega dos profissionais cuidadores, a maioria mulheres imigrantes da América Latina, que recebem pouco e merecem melhor reconhecimento.

 

Em seguida, o médico e membro da Universidade Nova de Lisboa, João Carlos Siqueira, apresentou o panorama de Portugal a partir de um caso de atendimento a um casal idoso no serviço de urgência. Entre as medidas criadas no país, estão a quebra da cadeia de transmissão e os planos de contingência interna, além da criação de legislação específica para o cuidado com a população idosa nas casas de repouso pelo Ministério da Saúde. O médico explicou ainda que a população idosa representa uma parte importante de casos confirmados em Portugal, que tem, apesar de tudo, uma evolução tranquila.

 

A terceira expositora foi Mónica Roqué, que é presidente da Federação Latino Americana de Gerontologia Social e apresentou o cenário da Argentina. Ela explicou que o país tem algumas questões semelhantes à Espanha, mas que teve a oportunidade de ver antes o que aconteceu na Europa para elaborar protocolos, como a restrição da entrada nas instituições de cuidados aos idosos para prevenir o contágio.

 

Adriana Rovira, do Ministério de Desenvolvimento Social do Uruguai, abordou um breve contexto da situação atual daquele país com relação à Covid-19. Ela destacou que o Uruguai tem sido visto como um caso exitoso de resolução e respostas à pandemia e isso está ligado a várias situações, como as políticas públicas e a proteção dos direitos humanos à população. Além disso, a população uruguaia é pequena e está dispersa, e o impacto do que aconteceu na Europa contribuiu para que as pessoas aceitassem fortemente as medidas de distanciamento social.

A pandemia no México foi abordada por Verónica Montes de Oca, da Universidad Autonoma de Mexico, que explicou que naquele país o setor de Saúde é muito deficiente. Ela destacou que foi criado o Instituto Nacional de Saúde para Bem-Estar, que tem uma função de coordenação de todo o sistema de saúde desarticulado e que, a partir do registro do primeiro caso, o presidente recorreu aos saberes científicos para entender a gravidade do que estava acontecendo.

 

O diretor executivo da Unibes Cultural, Bruno Assami, destacou os desafios sociais que a humanidade está atravessando e que a longevidade não poderia deixar de ser a grande pauta. Ele ressaltou, ainda, que a Covid-19 evidencia a desigualdade social e a falta de sensibilidade sobre a trajetória da vida, que esses debates promovidos pela série de webinários são muito oportunos e vitais para que essa discussão seja encampada.

 

Por fim, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin destacou que o Brasil, junto com os Estados Unidos, lidera o número de infectados e de mortos no mundo. Entre os fatores negativos brasileiros, ele falou sobre a realização das festas de Carnaval, a visão negacionista do governo federal do ponto de vista epidemiológico, as grandes desigualdades sociais do país, e a troca de três ministros da Saúde em menos de 90 dias. Por outro lado, destacou como ponto positivo o Sistema Único de Saúde (SUS), que está fazendo a diferença. Alckmin ressaltou também que o Brasil é um país continental e, por isso, há cenários diferentes entre as regiões.

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